segunda-feira, 11 de abril de 2011

Luto...

Hoje os sininhos tocam melodia de luto;
melancolia em harmonia com lágrimas de perda!
Eu vo-lo quis perder? Não!
Mas entrego-te a nada!
À liberdade de nada terdes de mim!
Meu nobre em pedaços está...
Triste, inconsolável... por tua enojada causa!
A ninguém amarás, ó alma minha!
Apenas a quem te criou e a quem te deu a luz!
O restante, ignorarás!
Estarás de luto, até a luz brilhar no tempo certo!
Aqui, nada se dirá a respeito disto!
Apenas outros toques, mas não mais de amor
ou cogitações semelhantes!
Agora descubro que quase nada falo,
pois quase não há no coração a ser externado...
Mais uma vez, houve derrota do amor,
pelo inimigo maior, a mentira!
Em minha sinceridade omissa fui terna, confiei!
E o que me trazes?
Um punhal!
E enfias no meu peito,
o qual sonhou contigo;
afagou-o em seu colo...
Não mereces o pouco que sobejará de mim...
Quem sabe, o que restaria!
Se ainda existisse algo, restaria...
Como nada há, nada resta!
Se felicidade existe, terei que provar antes do sono eterno...
Após, sejam jogadas rosas negras, enlutadas,
pois o vigor resplandescente do vermelho da paixão
já não subsiste...
Em vida, sou terna e sincera;
e tu, foste o que nada mais impera;
foste levado pelo vento, para outros mares
a dissipar-se para sempre de mim...

Lívia Sampaio

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