segunda-feira, 2 de junho de 2014

Janela...

Ao abrir a janela, pela vitrine dos olhos
percebi que a trajetória das asas das aves
muda para levá-las a diferentes lugares: novos.
Mesmo assim, às vezes elas retornam à origem ou próximo dela.
Isso traz medo, anseio, buscas... mas não ousar junto dele (s),
traz tristeza, nostalgia, lembranças de um futuro não vivido,
apenas sonhado e querido.
Sabe quando você bate na mesma tecla com as pessoas
e elas não percebem... apenas você?
Então... é assim o final da tarde de hoje.
Um embrulho diferente, um salgo na alma, ansioso por mudanças.
Não se pode mais retornar ao passado,
apenas a nostalgia faz isso com a mente.
O tempo passa e a vida se modifica.
Abalam-se as estruturas internas da alma
ao se chocar passado e presente, além da ansiedade pelo futuro.
O que antes era, hoje virou lembrança que vem junto ao vento,
junto aos ares sentidos, ao abrir a janela.

Lívia Sampaio

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Outono...

Um outono no coração...
Ventos que esvoaçam as madeixas...
Esvaem as batidas do coração...
Não pelo amor, mas pela falta dele
na minuteria temporal
que se passa nestes dias...
Pouco tempo longe da metade,
se aspira de onde se está para tentar
lograr êxito no sexto sentido...
É porque o amor é muito forte...
Querer estar perto a cada segundo
e nem sempre ser possível,
torna o outono presente na primavera
da vida em que se está vivendo...

Lívia Sampaio

sábado, 7 de dezembro de 2013

Jamais...

Jamais pude imaginar que um dia não tive certeza...
Hoje convivo com a certeza de forma que a fé se fortalece com ela...
Jamais pude pensar em não estreitar laços;
hoje vivo segurando uma ponta e você outra, para jamais desfazê-los...
Amo, com todas as forças, com todas as palavras belas,
com todas as lágrimas de felicidade, com todas as nuvens mais brancas,
com o aromas de todas as rosas vermelhas,
com todo o meu pequeno coração, o amo...
Para todo o sempre...
Meu refúgio, meu vale dourado...
Jamais deixarei de ver seu brilho, jamais...

Lívia Sampaio

Voar...

É o que faz minha mente agora...
Para bem longe, 
ultrapassando barreiras quilométricas
nas quais não se encontra sentido...
Como não está na dimensão da realidade,
a realidade existente são lágrimas...
Somente em seus braços encontro sentido,
no sorriso, no amor, na paz...
A cada minuto sem você, a saudade aumenta...
Quero voar e sentir suas mãos em mim,
sua voz a me acalentar... É amor. Puro amor.
Brota do coração sincero...
Faz voar sem sair do lugar,
de olhos fechados ou não!

Lívia Sampaio

Dourados...

Quanto tempo sem tempo para isto... escrever...
Algo veio repentinamente e abalou este humor;
o de alguém que sempre quis sair deste tipo de sentimento...
Meio que uma névoa de tensão; luz, paz, tudo o que se quer, mas...
Desentendimento próprio, choro, sonhos estranhos,
sentimentos involuntários, relutâncias interiores...
Não se sabe, ou se entende o que paira...
Nem a alma gêmea está ciente disto,
e se estivesse discordaria de tal atitude...
Por que será? É tudo tão novo e belo...
Não há manchas, mas amor de verdade,
como nunca houve... Sentimento puro,
amor dourado, dos vales dourados... dorivales...
O amo com tudo o que tenho...
O que se passa agora
é independente do que por você sinto, meu amor...
É algo de mim, que achei ter morrido,
mas quando olho as flores,
sinto o cheiro dos resquícios do que sou...
Do que escrevo, do que sinto...
Preciso sair da cúpula do desentendimento próprio!
Em meio a tudo o que acontece,
só tenho um referencial de paz aqui na terra:
meus vales dourados...

Lívia Sampaio

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

No ar...

...ficou meu coração
no momento 
outrora
quando me dei por sua partida.
...estão meus pensamentos e planos
os quais desde o princípio
estavam certos.
Irás ao longe e quando 
haverás de retornar?
Num futuro breve?
Espero que assim seja.

Lívia Sampaio

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Giro...

Um giro no ar e pensamentos rodopiam
na névoa escura de frieza e receio de ter fé.
Indagações acerca de frutos que se não vê.
Surgem dúvidas se as sementes
são ao menos lançadas.
O fato é que remar só é cansativo.
Traz enfado.
Além de nos fazer girar na dúvida de continuar.

Lívia Sampaio

Gosto...

Embalando pensamentos
no desgosto,
ao som de tinidos ensurdecedores
de aversão a vidas lentas.

Lívia Sampaio

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Som...

Desde a madrugada suas ternas palavras ecoam em mim;
sinto como se estivesse vazia por dentro
e apenas sentisse o som das palavras ditas
a ecoar no interior do corpo,
tal qual um sino que pensa.
Som este que me anestesia
e faz sentir firme.
Até quando?
Até aonde?
Estou a esperar.

Lívia Sampaio

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ampulheta...

De tempo, de pensamentos, de areia...
Em um amanhecer em que se acha que
está ou será tudo certo novamente,
um grão de areia trinca
o pensamento vidrado na ampulheta,
o qual se funde na areia que dela cai...
O tinido indeciso soa em cada
grão de areia que cai dessa ampulheta na janela,
da casa e do pensamento...
Foram criadas para calcular o tempo,
mas não o tempo em que seriam dadas de presente
a futuras apaixonadas, sonhadoras jovens indecisas...
Precisa-se de mais areia para aumentar o tempo
da ampulheta, pois esta quantidade não basta...

Lívia Sampaio

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Mais...

Mais um dia tendo que escrever a outros,
me reservo ao direito de escrever, descrever-me...
Os sinos fazem muito barulho na mente...
Em palavras que jamais serão ditas,
jamais ouvidas...
Somente escritas... Só.
Mais vida elas têm no regitro da mente...
Mais amor expelem no toque dos dedos
nos sinos pensantes...
Mais uma decisão indecisa a se tomar...
Mais, sempre mais...
Dúvidas, amores, trocas...
Elas vêm como cachoeira
que despedaça obstáculos
com a intensa força da água que cai.
Mais um convite à vida,
à realidade nublada
que se gosta,
mas não se sabe
se é o convite a se aceitar...
Tantos questionamentos interiores...
Quanto mais me descrevo,
mais me desconheço
e me reservo ao direito de me descrever
sem inteiramente me conhecer...

Lívia Sampaio

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Espelho...

Quando o reflexo é o cansaço,
a incerteza oprime...
Ao ponto de pisar num bom sentimento que não me pertence...
Oprime ao pensar em um bom momento junto a se deliciar...
Oprime ao querer o que não se tem certeza se é o eterno amar...
Oprime ao ponto de ter medo de enfrentar o próprio coração...
Oprime ao se gostar e ter algo no lugar...
Oprime, simplesmente oprime...
Por dentro e por fora...
Trinca o vidro do coração intocado, inquebrável,
apenas trinca...
Não quebra, pois parece não haver essência...
A que um dia existiu, como dantes falei, se foi...
Ou não quebra porque a essência é mais forte do que a cobertura,
a qual mesmo quebrada mantém a estrutura...
O reflexo no futuro se torna incerto,
mas no presente se configura de forma extremamente atraente...
Ao ponto de tudo largar novamente...
Cabelos esvoaçantes,
Abraços aconchegantes,
Beijos surpreendentes...
É a configuração do reflexo incerto...
Só tenho a certeza do que se é,
mas jamais parece existir a certeza do duradouro,
parece apenas reflexo...
Do espelho de uma inconstante alma...

Lívia Sampaio

domingo, 20 de maio de 2012

Coragem...

O que se encara ao falar de outra alma
para aquela que julga ser sua gêmea,
é passível de condenação e julgamento...
Quando se entende o que se passa na mente de outrem
e se compreende a divisão de almas,
se chega a um patamar
de estabilidade no amor...
Tudo o que se deseja é estar junto
e sofrer a dor da alma que se ama
e entender o desejo incacabado...
entender a sinceridade de querer libertar-se...
Isto traz segurança e paz,
calmaria à alma aflita...
Enfim, o amor pode ser livre,
pode ser cheio de longanimidade,
paciência e luz, divina luz
que incandeia a frustração do inacabado...
A coragem é necessária para prosseguir
e ouvir os tinidos dos sinos do real amor,
amor real, nobre...

Lívia Sampaio

terça-feira, 15 de maio de 2012

Eterno...

A sensação de ter o eterno amor,
se esvai junto à fria brisa que
se enovela aos meus cabelos esta noite...

O vento frio dança junto à cortina,
balançando a pluma azul...
Te procuro...
Em mim procuro...
Tiro meus pedaços em busca de ti...
Danço em meu íntimo, procurando o passo da sua valsa...

Imagino as luzes na cidade onde você está
e me imagino girando em seus braços,
no ar, no frio...

Nada sinto, pois em seus braços estou...
Ando dedicando muito tempo a isso...
À saudade...
O coração se sente iluminado...
E a alma vai ao jardim de Lórien... encontrá-lo...


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Não sei...

Hoje, eu não sei parar de te olhar...
Eu não sei parar de sentir saudades...
Ao querer imaginar que estivemos prestes a viver um sonho... iluminado...
Quando penso... que estivemos tão perto...
Lembro que algo interrompeu...
 Infelizmente não foi mais nada igual ao que era antes...
Hoje o olhar se transformou em lágrimas, camufladas,
arrancadas pelos espinhos das rosas que encontramos no caminho...
Não te tenho mais, perdi teu coração no meu...
Não sei onde encontrá-lo... Só espero...

Mas é como se eu soubesse que tenho que ir ao porto,
te encontrar e receber-te...
Não sei se queres chegar, mas receber-te eu iria, se viesses a mim...
Perco os olhares, deixo o vento levar meus cabelos...
Só penso em você, não sei parar de te olhar...
Mas ainda sonho...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Coadjuvante...

Será que um artista principal
já julgou a importância de atuar junto
a um coadjuvante?
Há os que nascem para coadjuvar e outros para brilhar.
Por uns, se foge, voa...
Por outros, se aplaude e elogia...
O doce se encontra na essência!
Prefiro voar que aplaudir,
pois sei que assim,
certamente terei algo de bom a contar
e talvez ser aplaudida!
O importante é que esse talvez
é coadjuvante na história da vida!
Portanto, não é essencial!

Lívia Sampaio

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Divergências...

Loucura traz saudades,
mesmice gera tédio...
Loucura encanta,
mesmice engessa...
Loucura brilha,
mesmice torna fosco...
Loucura extasia,
mesmice murcha...
Loucura cura,
mesmice adoece...
Loucura felicita,
mesmice deprime...

Lívia Sampaio

domingo, 6 de maio de 2012

Contato...

O desconforto surge no contato...
Contato com o passado
que pleiteou espaço no presente...
Contato que se desfez,
mas ainda nos ronda...
Contato que traz à tona
o que não mais queremos que exista,
mesmo que seja em versos no pensamento...
Contato que seria bom
que não mais existisse...
O conforto surge em sua ausência, Contato...

Lívia Sampaio

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Palavras...

Palavras tão belas de um lado, demonstram sonhos;
palavras ríspidas de outro, libertam medo.
Mas o sonho surge no medo,
e o medo sente liberdade no sonho.
Não significa que libertar o medo pode macular o sonho.
Pode apenas ser uma nova forma de sonhar!

Lívia Sampaio

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Doçura...

Como a bela Iracema delicio meus lábios de mel
em sua pele enaltecida pelo tom dos deuses.
Livre de julgos e mundos;
em busca de um lugar,
onde sob o sol do entardecer
repouse a paz alcançada pelo nosso grito de liberdade,
em silêncio para que
os que não ouvem com o coração
e nunca ouviram sinos de paz
não coloque nossa aliança em risco.

Lívia Sampaio

Impalpável...

Eternidade solitariamente intocada.
Planos de voar em união não mais subsistem.
Não há certeza.
Mas ao apenas perceber ou temer,
se pode averiguar.
Incansáveis momentos magicamente ternos
não são eternos.
Passam e voltam de um lugar a outro.
Nada constroem.
É um piso insustentado em realidade.
Traz paixões e prazeres efêmeros.
Entremeio a isso, há alianças,
firmadas em ligações mutuamente necessárias.
Em meio a tudo, o chão;
aquele no qual se pisa sabendo que não será eterno,
tampouco fundamentado na utopiado que se sonha.
Depressivamente segue na corrente
a saudade das lembranças do que ainda está a acontecer,
mas se sabe que o seu término já está premeditado.
Este é o sentimento que aqui palpita.
E dói.

Lívia Sampaio

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Em dança...

Em dança estão meus pequenos pés,
bailam em valsa infinda de ternura e brilho.
Ainda me encontro perdida entre o céu e o mar
tentando o enigma dos teus olhos decifrar.
Em dança estão os sinos a tinir,
a registrar cada semente de paz plantada
na fértil terra de ambos os corações enamorados.
Aproveitemos a  dança para conduzir nossas almas
neste saudoso reencontro.
Em dança colheremos as lembranças de um sonho vivido,
sonhado e realizado.

Lívia Sampaio

domingo, 18 de dezembro de 2011

Quem dera...

É como se eu pudesse sentir
o palpitar que vem de dentro de ti,
chamando-me a socorrer-te.
Em mim, chama a ti.
Que dera pudesse dizer-te o que sinto
e fazê-lo sentir.
Quem dera.

Lívia Sampaio

Um dia...

Hoje ao fechar os olhos,
consegui vê-lo em meus sonhos.
Logo após, ouvi sua voz,
foi real;
acalentei então meu coração.
Sentir seu perfume em mim
traz esperança.
Mesmo que ela não mais exista,
haverá a saudade de um dia,
um dia feliz ao seu lado.

Lívia Sampaio

sábado, 26 de novembro de 2011

Atração...

Com um perfume maliciosamente delicioso
e olhos diligentemente encantadores, me atraíste.
A indagação que paira é:
Por qual intento?
Ouço tinidos.
É som de um jogo onde há
vários participantes, atores.
Cada um tece sua teia e
gera expectativas,
e na hora de visualizar a perspectiva
se dá conta de que
fora apenas uma atração.
E seu perfume ainda está aqui.

Lívia Sampaio

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Saudações de saudades...

Hoje me trazes à memória dias e noites...
Quando me convidas às nuvens ir...
Te levo até elas e me queres regar como uma flor,
para meu perfume sentir...
És adorável...
Em ternos ventos de saudade,
envio a ti uma pétala
com o aroma do nosso doce momento...
Ternamente eterno...

Lívia Sampaio

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Desalento...

Mesmo sem observar algo tão notório,
entusiasmada estava, mas tremi.
De desalento.
Novamente.
Como render o coração a tal?
O mais racional é guardá-lo!

Lívia Sampaio

Fitada...

No particípio passado, fitada fiquei:
estava tão envolvida que paralisei;
só então pude perceber a realidade
na qual nunca se deseja acreditar;
atitudes me abriram os olhos,
os quais só veem o bem,
mesmo naqueles
que raramente ou nunca
o fazem.

Lívia Sampaio

Assim seja...

Olhos da cor da natureza,
nos quais vejo pureza,
a qual gostaria eu de vê-la refletir
e suavemente sentir;
doce como o mel,
abençoado pelos céus.
Seja assim.

Lívia Sampaio

[In]certamente...

Incertezas no ar,
mesmo com anseio de voltar
a um passado...
Voltar atrás onde errei;
hoje penso que errei,
entretanto, o que fizera naquele dia,
me fez pensar em em mim,
não em ti;
hoje penso em ti.

Lívia Sampaio

Tarde...

Sei que fora tarde para contigo estar
e até a ti chegar.
Ontrora soubera que amei,
e mais uma vez fora vencida
por um sentimento;
minha decisão, entretanto,
fora seguir adiante;
um dia aguardo
além do limite do sentimento;
e amor... não mais existe;
não subsistiu.

Lívia Sampaio

Ida...

É como se
contigo tivesse ido
parte do que sonho;
parte dos meus sonhos.
Tal qual
tenho vontade de jogar-me
e ir buscá-los.
Tu e os sonhos meus,
que inserem momentos
sublimes em mim.

Lívia Sampaio

Real...

Se eu abrir a porta, entre;
mas, se eu fechar a cortina,
entenda que a porta jamais será aberta.
É como se o badalar dos sinos
se perdesse no movimento das cortinas ao vento.
Nestes dias, tornam-se mais intensos:
o vento e o badalar.

Lívia Sampaio

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ser...

Sou um ser sereno,
tenho alma de sereia,
sinto ventos como sinos
ouço vozes com alento.
Não amo,
apenas encanto
num vice-versa,
nos doces cantos ao luar,
no acalanto do ideal
sereno noturno.

Lívia Sampaio

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Decisão...

Outra vez, tomei uma dose
da decisão de afastar
o que minh'alma deseja ardentemente
ao ponto de marejar os olhos...
Ouço vozes no vento que passa,
não consigo ver o dizem,
mas nelas confio...
É como se eu amasse
e este amor me deixasse
sem nada ver,
apenas a sentir... saudades...
Será que outrora estarei em braços seus?
Será que outrora marejarei os olhos
e enxugarei nos lenços seus?
Desejo é, entretanto, onde vagueia
o concreto a ver isto acontecer?
Tornou-se um sonho, ou seja,
não sei se viverei
talvez o suficiente para ter,
pois o suficiente para sonhar já vivi...
Esta decisão magoou a dois,
pois ainda estás em mim,
e quando assim digo,
é porque fora amor...

Lívia Sampaio

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ponte...

A distância é a ponte existente para alcançar o amor...
Seja ela interior ou exterior...
O difícil é saber quem atravessa a ponte em busca dele...
É decisão: amar e a ponte atravessar...
Bom seria se o reflexo das águas sob a ponte
mostrasse a verdade...
Assim, a travessia seria algo concreto
cheio de liberdade para amar...

Lívia Sampaio

terça-feira, 17 de maio de 2011

Página...

Olhos seus não quero mais ver,
sorrisos seus não anseio mais compartilhar.
Foste. Página virada és.
Meu coração sente,
no seu pulsar.
No tinir dos sinos há ilusão.
Nada me faz ver horizonte em nós.
Nossas almas distam uma vida.
Uma vida é verdade.
A mentira é morte.
Não sinto verdade, então não há vida.
Se não há vida, não há flores, nem frutos.
Então não se sobrevive.
A respeito disto, apenas estas palavras,
pois não há mais páginas,
foram viradas.
Apenas badalos há.
Badalos que hoje sinto não ser de sinos reais,
mas ilusórios.
Não quero ilusão, mas amor.
E amor é verdade, o que já não há.
Ao menos o que sinto já não existir.
E algo testifica, mesmo que haja relutância.
Não mintas, minh'alma pede.
Mas isto, apenas por ti,
pois por mim, já perdoei.
Apenas vivo, em verdade.
E tu. Escolhe também.
Amei. Se amei, verdade foi.
Hoje não amo, então não há verdade.
É uma página não mais virada, mas inexistente;
queimou na falta de amor,
ou como queiras, na falta de verdade.
O que um dia foi, extinto está.
Não partilha deste livro
de minha vida.
Assim decidi,
firmado está,
não em páginas,
mas apenas em palavras.
Lidas e guardadas.

Lívia Sampaio

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Recordação...

Recordo hoje que
A ti expus meus medos, desejos e anseios
Tudo, sem nada temer,
Explorei vontades
Contra tudo e todos
em troca de liberdade...

A encontrei...
Me senti, então, forte.
No fim, fraca fiquei.
Mas a fortaleza dos momentos fracos
me fortificou para o futuro...

Isto fora o melhor de mim,
o qual desfrutastes
Tudo tinha reflexo em nossa união amável
Tudo preparávamos,
ao cheiro de incensos, luzes,
criávamos nosso ambiente...

Ao acordar,
vi que a vida me arrebatara tal sonho,
contudo, guardo a convicção de que o vivi...

Lívia Sampaio

domingo, 15 de maio de 2011

Raízes...

Semear com lágrimas magoadas,
gera algo com raízes podres, sem vida;
Traz dor nas matrizes do que seria amor...

Lívia Sampaio

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Amor...

A preferência por obedecer a sacrificar
hoje traz consequências que não se sabe
até onde irão...
Até onde levarão um amor perdido?
Um amor sacrificado?
Um amor que já não demonstra tanto brilho...
Mas hoje que estes taciturnos olhos se abriram,
as lágrimas não perdem a oportunidade de os fazer brilhar...
Ontem obedeci, hoje sacrifico...
Até onde esse amor irá?
Nas asas de uma borboleta ele foi desenhado,
mas as borboletas são tão efêmeras...
Até onde essa borboleta irá?
Até onde ela voará?
Polinizará para trazer-me flores?
Ou colherei frutos?
Se ganhar flores, as guardo com amor,
se colher frutos,
semearei suas sementes onde for,
para propagar este amor,
tão sacrificado,
o qual hoje me faz respirar
perfume repleto de amores...

Lívia Sampaio

terça-feira, 10 de maio de 2011

Saudando a saudade...

A saudade tem os mais altos badalos que se pode ouvir...
Naquele dia, joguei as rosas ao vento;
joguei você ao vento...
Hoje quero de volta tudo o que
já não se tem...
Tudo o que mandei embora;
e literalmente o foste...
Hoje tenho saudades do que um dia fora rotina;
do que um dia se resumia numa linha:
adoro estar aqui...
Os badalos que me saudam hoje,
trazem traços de olhos inchados,
cheiro de lágrimas arrancadas,
gosto de beijo perdido...
Tenho em mim, tudo o que se deseja,
mas longe de mim, está o que me impulsiona
a prosseguir, o amor...
Hoje, saúdo a saudade com um aperto de mãos,
amanhã a abraço,
mas não a beijo, pois a estaria traindo
Ainda o espero em sonhos,
mas quero realmente na
doce realidade para comigo viver,
num futuro chamado sempre.

Lívia Sampaio

domingo, 8 de maio de 2011

Sinais...

"Sinais, me ajudaram a perceber que meu caminho é você
E ninguém no mundo vai fazer eu me sentir de novo assim
Sinais, vindos de um lugar tão longe às vezes se escondem
No farol em uma ilha, numa noite tão vazia eu beijei você
Até o amanhecer."  (Luan Santana)

Lívia Sampaio

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Objeto...

Às vezes de desejo,
às vezes de posse.
Se assim não é,
nada acontece.
Palavras, ações ou escritos não são suficientes,
se as atitudes não revelam o que se deseja saber;
quando o que se quer vai além do material,
além da matéria contida em palavras, ações ou escritos.
Além dos objetos que às vezes parecemos
ou simplesmente nos sentimos.

Lívia Sampaio

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Felicidade...

Extremamente feliz,
segui o rumo do amor
que me chamara.
Não hesitei em ir adiante.
Cada minuto fazia o coração acelerar,
a mão suar e os olhos brilharem.
Tudo em um dia.
Iniciando num fim de tarde,
até o crepúsculo de mais um dia
de pura aventura.
A saudade fazia minutos durarem menos tempo.
A liberdade fazia a alma dar gritos,
os quais saíam pela boca em forma de músicas românticas.
O sono foi terno.
O amanhecer foi perfeito.
O contato com os demais foi único.
A felicidade por tais exalada, contagiou-me
ao ponto de mais perto querer estar.
Aquelas águas azuis chamavam a atenção pela beleza
e chamavam o corpo, pelo calor.
No meio de tudo isso,
brechas de medo da despedida rondavam.
Enfim, a hora chega,
e deve-se entender que a realidade infelizmente é outra.
A realidade de voltar para longe do amor
que motiva a felicidade,
que motiva o sonho de possuir a liberdade.
Mas a semente do sonho está plantada.
Veremos até onde ela crescerá e dará bons frutos de felicidade.
Felicidade plena, mesmo na saudade.

Lívia Sampaio

domingo, 24 de abril de 2011

No porto...

Meu coração
rumo a um velho porto
precisa de badalos de paz...
Busco em outro sorriso,
procuro em outros braços,
percorro outros caminhos,
mas nenhum encontro,
que me leve ao porto velho
onde está o amor de minh'alma.
Hoje sinto que num porto velho está,
mas amanhã não sei se ainda estará a me esperar lá...

Lívia Sampaio

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Maré...

Preenchida por vários desejos e achados...
Me sinto numa maré onde somente o que corre a meu favor
é minha própria vontade...
É fácil olhar e dar o veredicto, não? Sim!
Difícil é viver o veredicto achado...
Estou na segunda opção...
Largar tudo mais uma vez?
Viver tudo mais uma vez?
E se não houver outra vez?
Nesse mar, ando perdida;
durmo sabendo que amanhã
estarei sozinha novamente...
Sem voz, sem abraço, sem calor
de um amor...
Só a frieza da maré de achados e erros,
os quais parecem nunca dissipar-se no sal
deste mar de desilusões e relutâncias...

Lívia Sampaio

domingo, 17 de abril de 2011

Sequidão...

Onde as lágrimas secam
e se ouve, na última a cair,
badalos longínquos solitários...
Ao mirar a noite que se passara
em confraternização...
O lado positivamente ocorrente
é que as máscaras sempre caem
e sempre se vê além do véu translúcido do engano,
seja tal simples ou requintado...
Minh'alma assim encontra-se...
Já não sei se perdida,
mas encontra-se lunática e vil...
Sinos de solidão, sinos de luto, sinais de perda...
Sinos em portas fechadas, de escolhas erradas...
Pois escolhas erradas são portas que fechamos a nós mesmos...
Logo, encontro-me fechada com um sino à porta,
o qual somente tocará quando minh'alma desejar abri-la,
do contrário, continuará a palpitar tinidos
apenas na alma de um coração frio,
seco e sem lágrimas para bombeá-lo...

Lívia Sampaio

sábado, 16 de abril de 2011

Hoje...

Traz um cheiro de ontem,
com gosto de amanhã...
Um que perambula entre passado e futuro,
mas que nada me traz de presente.
Penso no antes e no depois,
nunca neste intervalo tão importante
que é o hoje.
Se almejo algo com isto?
Nada sei, não vivo o hoje,
apenas o ontem e o amanhã.
É como se numa bolha estivesse
tudo vendo passar e por nada me interessando
de nada sabendo, ou querendo saber...
Apenas ver o resultado!

Lívia Sampaio

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Luto...

Hoje os sininhos tocam melodia de luto;
melancolia em harmonia com lágrimas de perda!
Eu vo-lo quis perder? Não!
Mas entrego-te a nada!
À liberdade de nada terdes de mim!
Meu nobre em pedaços está...
Triste, inconsolável... por tua enojada causa!
A ninguém amarás, ó alma minha!
Apenas a quem te criou e a quem te deu a luz!
O restante, ignorarás!
Estarás de luto, até a luz brilhar no tempo certo!
Aqui, nada se dirá a respeito disto!
Apenas outros toques, mas não mais de amor
ou cogitações semelhantes!
Agora descubro que quase nada falo,
pois quase não há no coração a ser externado...
Mais uma vez, houve derrota do amor,
pelo inimigo maior, a mentira!
Em minha sinceridade omissa fui terna, confiei!
E o que me trazes?
Um punhal!
E enfias no meu peito,
o qual sonhou contigo;
afagou-o em seu colo...
Não mereces o pouco que sobejará de mim...
Quem sabe, o que restaria!
Se ainda existisse algo, restaria...
Como nada há, nada resta!
Se felicidade existe, terei que provar antes do sono eterno...
Após, sejam jogadas rosas negras, enlutadas,
pois o vigor resplandescente do vermelho da paixão
já não subsiste...
Em vida, sou terna e sincera;
e tu, foste o que nada mais impera;
foste levado pelo vento, para outros mares
a dissipar-se para sempre de mim...

Lívia Sampaio

Perda...

O pior luto é aquele que te faz perder
quem você mais ama,
ainda que esta pessoa esteja viva!
É aquela prosa que você tece com os
ventos do pensamento,
onde se ganha um mundo
e nada se tem!
De nada adianta...
Lembro-me que já fecharam-se portas a mim
várias vezes, mas meu coração sempre
volta-se a ti;
é uma esperança desesperadora!
Por outrém te perdi;
(hoje percebi que de nada valeu a pena aquele)!
E hoje lamento profundamente...

Lívia Sampaio

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Falta...

Sinto falta,
sinto que falta
algo...
Em você, de você...
Onde estás?
Na leve chuva a desmoronar
na minha janela?
Parece que um pedaço do céu
está a cair, sem você aqui...
Sinto... que falta...
Sinto sua falta...

Lívia Sampaio

terça-feira, 8 de março de 2011

Há...

Há: de existir.
Há: de 'há tempos sonhei com você'

(como ontem).
Foi infinitamente bom,
me sentir nos braços seus;
refletir felicidade em seu sorriso.
Foi bom,
sentir que éramos um,
sem mácula,
como cuidaste
para que sempre o fosse.
Lembro que, no sonho,
ao maravilhar-te
de saber meus sentimentos,
expressarte os teus libertadamente.
Sonho imaculado este.
Ao acordar senti tua presença
e teu sorriso não sai de minha vista.
Logo, corri a escreverte.
Leia e guarde consigo.
Há nisto: luz.


Lívia Sampaio

Solitaria[mente]...

Só estou
Encontro a mim
solitariamente;
só estou,
tentando ficar sem ti.
Loucamente desejo fugir de mim.
Ora quero a ti, ora quero a mim;
ora não quero a nós, ora desejo a nós.
As lágrimas querem a mim,
e vêm por causa de ti.
Ora elas vêm, ora as faço voltar;
mas elas querem sair, fugir de mim;
se pudessem, elas chegariam a ti,
e eu... quero fugir de ti;
neste momento apenas,
pois solitariamente estou.


Lívia Sampaio

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Chances...

Entendi que
aquilo no que investe-se
elevada magnitude de tristeza
para se desfazer,
traz arrependimento
cedo ou tarde.
Às vezes é melhor não investir
e nem pensar ou olhar
com visão de emprendedorismo.
Talvez se apenas investisse
no sonho,
fosse deveras feliz.
Como dar chances
a si mesmo?
Era melhor que a força para lutar
fosse maior que aquela
que surge para se desfazer.
Às vezes cedo, às vezes tarde,
mas sempre surge,
a força e o arrependimento.
Ambos considero chances.

Lívia Sampaio

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Inadiável...

Ontem a saudade penetrou no âmago
do coração, ao ouvir a respeito da partida,
mesmo que breve.
Um breve que se pudesse adiaria a cada dia
em que ele chegasse a se concretizar.
Sinto saudades,
mesmo ao fechar a janela;
mesmo ao ter fechado a janela
quando chegaste com esforço
ao lugar que desejei;
sinto que fui injusta conosco.
Mas há algo mais forte.
Não entendível a ti;
e difícil a mim.
As lágrimas são incontáveis;
são fortes como cachoeira imponente,
entretanto, silenciosa.
Ao mesmo tempo que tudo foi rápido,
tornou-se uma eternidade ao esquecimento.
Sei que são impossíveis as chances de que desse certo.
São inadiáveis as despedidas, mas a saudade é fato.
Fato vivido intensamente em todas as facetas
do carinho, do sorriso, da voz, do alento, do consolo,
da perseverança, do medo, da dúvida,
do nervosismo, da certeza incerta do que sinto.
Fato inacabado e inadiável saudade.

Lívia Sampaio

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Memórias escritas...

Sua voz me fez abrir o livro de memórias que guardo.
Onde escondo importâncias.
Por solicitação sua,
abri na página das pessoas que marcaram minha vida.
Foi estonteantemente sublime.
Fiquei a procurar sua voz pelo livro,
até  maravilhar-me.
Quando afinal coloquei os pés no chão,
encontrei-a.
Lá estava; com aquele cuidado de me fazer sua,
carinho que nunca se dissipará
com as barreiras do tempo e da saudade.
Desventuras nos fizeram recuar,
entretanto, criar laços além de palavras, toques e pensamentos;
laços de fé, amor e confiança.
Hoje, somente memórias;
as boas, sendo portanto, aqui escritas,
para que se registre.

Lívia Sampaio

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Reencontro...

Após o lance que se deu nesta escada de reencontros,
pude sentar na janela do meu castelo
e ouvir os tinidos dos meus sininhos...
Saudade já tivera;
entretanto recentemente lhes dei ouvidos;
soam ao longe, sob minha vista em um horizonte
de onde vejo surgir
uma névoa de brilho abstrato,
existente em sonhos,
aqueles que se cultiva em uma vida inteira...
Me ajudaste, anjo a descansar refletindo
sobre sonhos,
ao som de sinos ao fundo
do subconsciente...
Pode puxar a corda,
os sinos falarão a você algo como:
'sente-se e vamos confabular...
temos toda uma vida pela frente...
e o mais importante: nada a temer ou perder...'

Lívia Sampaio

domingo, 9 de janeiro de 2011

Despedida...

A cada encontro fica mais difícil a despedida;
a cada encontro não quero que haja partida;
é um bem tão grande que fazes,
quão grande é o meu amor por você.
Cada encontro só serve para aumentar a saudade;
cada encontro só me lastima a maldade
de resistir a saudade que irá ficar.
Tenho que esquecer seus versos para mim;
tenho que arrancar você de mim,
pois não terei suas mãos
como luvas a me proteger do frio ou
a dançar comigo nesta ciranda.
Não podemos mais;
Não posso mais;
Você não pode mais.
Entendamos os dois isto.
Nunca fomos um e jamais o seremos.
Apesar de um dia termos desejado sê-lo.
Escrevo para mim, porque sei que você já o sabe.
A mim escrevo, para tentar acreditar no que leio,
já que em meus pensamentos,
sempre está vivo o que sinto;
já que tu não o sentes.
Melhor para ti.
Pior para mim.
Mas quero o seu melhor,
nem que este pior me sobrevenha.
Logo se irá.
Dele sim, quero ver a despedida
e almejo sua partida.


Lívia Sampaio

Olhar...

A primeira vez que o vi
(lembro-me bem);
já era noite;
a rua estava semi-deserta;
logo o seu nome quis saber;
me interessei por algo em você
uma beleza
(talvez interior)
cativante;
até hoje, no âmbito do raio de alcance
do seu olhar,
vejo a essência do que se mostrara
naquele crepúsculo;
até hoje, tal essência denota-se em ti.


Lívia Sampaio

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Apenas...

Não ligo de apenas segurar sua mão;
minha alma te beija;
nossas almas completam o ciclo do amor;
o beijo é apenas encargo seu.
Abraço é sinônimo de nosso deleite e confiança;
nossos espíritos sabem muito bem
o que isso significa.


Lívia Sampaio

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Onde...

Onde estás, amado meu?
Tira-me para dançar nesta chuva de graças;
graciosidades às gotas...
Onde encontro suas mãos,
para segurar as minhas
e me conduzir nestes passos?
Nesta dança juntamente com os pingos de chuva...
Venha, estou pronta a receber seu convite!
Já estou de sapatilhas;
brancas como as nuvens
sob as quais dançaremos
debaixo desta graciosa chuva!


Lívia Sampaio

sábado, 1 de janeiro de 2011

Intacta...

Por um instante, me mantive;
intacta.
Ou melhor, meu olhar e minhas palavras
se contiveram no horizonte invisível
sob aquela chuva que parecia
ter chegado para ficar.
Que bom que demorou.
Ao menos, mesmo intacta
pude desfrutar de ver-te,
mesmo no frio da chuva,
que quase não senti,
pois meus sentidos
bloqueados estavam.
De alguém que minh'alma gostara,
apenas falo;
de você, sinto, guardo.
Hoje, ainda és...
Amanhã, já não sei,
mas no hoje, sinto ainda,
falta sua, como sentes minha...
Foi como se não conseguisse nada fazer,
além de olhar através de uma visão penetrante
no nada que um dia foi algo em nós.
Seu nome persegue meus sentidos;
seja no ouvir, no ler, no sentir...
E...
Permaneço aqui, hoje, intacta.


Lívia Sampaio

Cheiro...

Ao fechar os olhos e sentir meu cheiro,
minha visão remete ao seu;
à lembrança de senti-lo.
Cheiro de novo, recém chegado.
Junto com aquilo que um dia fora novo,
de se cheirar,
de se sentir,
de sentir o seu cheiro.


Lívia Sampaio

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Novo...

Ele vem chegando,
e junto traz anseios, amores,
espero que largue as dores.
Rejeite-as!
Traga luz, paz e uma escada
rumo ao sucesso com pedras
bem fincadas,
onde se possa dançar aquela valsa
sem errar o passo
ou desistir de dançá-la por falta de par.
Que venha o novo;
meus braços estão abertos!
Bem-vindo!


Lívia Sampaio

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sinto...

Saudades de um amor,
que já não sei se tem cor;
apenas vejo no transparecer do orvalho
sua lembrança cheia de esplendor.
Olhos como céus,
mãos como seda,
braços como lã.
Palpitar do coração como
renascer de um novo amor.
Voz como o soar dos meus sinos.
Harmonia intrínseca.
Sinto.
De você... saudades...


Lívia Sampaio

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Valsa abstrata...

A sinto.
De mãos dadas com o vento.
A conversa abstrata que se passa
somente no pensamento.
Com meu vestido dourado novo
que já foi velho, e virou novidade
irei bailar contigo,
no encerrar de mais uma jornada.
Não sei dançar,
mas acomodo meus pezinhos
sobre os seus e dançaremos,
mesmo sem música.
A única que tocará, será a da brisa da noite.
Vejo seus olhos brilhando, como o céu claro.
e seu brilho reflete no céu da noite.
Ao adormecer, sinto meus olhos fechando
com o brilho que você lança
dos olhos. É calmante. Livre, terno e imaculado.
Ao acordar, busco suas palavras,
seus braços onde estão?
Fostes buscar algo para meu corpo alimentar-se?
Pois minh'alma está transbordante de felicidade,
esta é seu alimento.
Sinto saudades suas.
Só não sei onde fostes.
Mas aguardo seu retorno;
meu coração ansioso está.
Volte a mim e vamos bailar.

Lívia Sampaio

domingo, 26 de dezembro de 2010

Sentimento...

Toco nas asas do amor, 
sinto no vento do esquecimento
e vejo no lago da dor,
pulsar, lembrar e refletir
o perturbar de uma saudade
morta.
Por um telefonema a matei.
Não se assuste.
É só o vento da saudade
batendo na minha cortina
e no meu coração.
Saindo nas palavras que não
posso dizer, apenas escrever.
Sabes que não me ouves,
apenas lês o que quero falar.
Isso, sentindo o seu cheiro de saudade.


Lívia Sampaio

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Alma buscante...

Sinto vontade de saborear um sonho na valsa da chuva.
Vamos?
Difícil é quando se tem vários espelhos
e nenhum reflete o que uma alma busca.
Difícil é quando caem milhares de chuvas
e nenhuma gota cai na planta que
você almeja ver crescer;
ou no simples botão que você quer ver desabrochar.
Difícil é quando se ganha vários perfumes
e seus cheiros não se encaixam na mesma harmonia.
Difícil é sentir e não estar em sintonia.
"Sinto a falta;
Amo o que sinto;
Só não decido
como sentir."
Reflexos infindos confundidos
em cheiros doces e suaves
se entrelaçam em presentes laços,
atados por almas sorridentes
com intenções que buscam
arrancar o meu sorriso.

Lívia Sampaio

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Nada...

Nada mais insólito
que não desejar 
e sentir saudades;
de quem não há
de quem já não há
de quem não houve.
Nada mais sublime
que a luz
que o som
que a reflectância
do brilho azul
do céu.
Nada melhor
que inocências
que nunca deixam
de existir.
Nada mais interessante
que palavras agidas,
que tornam-se
melhor do que
as faladas.


Lívia Sampaio

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Acerto errante...

As oportunidades até o dia nublado que se passa no presente
foram as melhores e as piores, entretanto a certa ainda se demora.
Sua demora me consome, me corrompe.
O abrir e fechar de olhos famintos por luz
é tão rápido quanto a velocidade do pensamento que os comanda.
As idéias se esvaem, se dissolvem na luz da esperança.
Não há como organizá-las em cascata para analisá-las ao mesmo tempo.
Um acerto. Um erro. Uma anulação do erro acertando...
O caminho é feito por pedras errantes e suas antônimas
que se anulam ao serem pisadas.
É feito também de um tapete de pétalas,
as quais evaporam ao serem tocadas por pensamentos...
Sejam estes Certos e/ou Errados.
Não se sabe.

Lívia Sampaio

sábado, 11 de dezembro de 2010

Prosa...

O problema é quando você
se depara com o que você tem que ser!
Não tem como entender humanamente,
é algo incondicional
condicionado pelo sobrenatural!
Há tantas coisas envolvidas,
mas o que se sobressai são as lágrimas!
Felicidade estranha,
só pode ser mesmo movida a fé!
Brigo com minha alma constantemente
e lhe digo que deve acreditar!
Mas meus olhos dizem que estão vendo
e querem portanto, presenciar a felicidade!
Cadê ela?
Será que estava nas asas daquele beija-flor
que vi outrora?
Ou estará adiante, em algo que somente minha fé vê?
Não sei, apenas sinto instantaneamente
aquela velha vontade de chorar e sorrir ao mesmo tempo,
olhando o luar e conversando com alguém!
Poderia ser um anjo,
ou eu poderia ser seu anjo!


Lívia Sampaio

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Limbo...

A expressão soou de forma tecnicamente inadequada,
entretanto a falta de sentido completou o que se quis dizer...
E hoje aqui estou...
Saí do limbo, que nada mais é do que uma névoa obscura...
Na falta do que dizer, penso...
Na tentativa de falar, sei que pessoas inteligentes entendem,
mesmo que implicitamente...
De tudo um pouco.
No limbo há sempre as duas faces,
por isso, abandoná-lo é a melhor saída!
Não há o que discutir, apenas ir...
E nada mais do que lembranças a ficar presentes
em nós que agora novamente somos eu e você...


Lívia Sampaio

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Feliz...

Felicidade é rara,
mas ainda bem que ela sempre
está por perto de quem gosta
de beija-flores!
Gosto de beija-flores,
e de ser feliz também!


Lívia Sampaio

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Medo...

Tenho e tive.
Quem nunca teve?
Atire a primeira pedra;
no próprio coração.
O saber traz o medo e o temor,
de sentir e saber sentir.
Sinto, mas não sei sentir.
E meu medo, é aprender a sentir.
Quero tirar a pedra que atirei,
já sem medo de sentir ela sair.


Lívia Sampaio

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Portas...

Quando falei de portas,
quis identificá-las como
sinônimos de possibilidades.
Quando disse aquelas palavras,
fechei portas.
Hoje se disser outras palavras,
abrirei portas
ou reabrirei aquelas fechadas.
Na dúvida, retenho minhas palavras,
deixando as portas entreabertas,
ora fechando, ora abrindo.
Sei que o coração se ilude nas frestas,
mas exatamente nunca se sabe
se fecha ou abre completamente,
e quais portas abrir ou quais palavras lançar.


Lívia Sampaio

Força[da]mente...

Vá...
Aonde você tem que ir...
Vou ficar,
tentando arrancar você de mim...


Lívia Sampaio

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Você...

Gostaria de desejar-te como bela esta noite,
mas de modo casto, junto a ti, junto ao teu peito;
minha vontade é ir até você,
junto com o vento frio da noite
e sussurrar como sinto falta de você em mim;
falta esta que não é preenchida
nem por essa solidão sentida constantemente
por meu nobre coração;
mas não é apenas querer, é poder;
não é que não quero, é porque não posso ir;
talvez você nunca entenda, talvez compreenda,
da mesma forma que nunca entenderemos
porque a chuva da noite é sempre a mais gostosa,
assim como a lembrança do que fomos.


Lívia Sampaio

domingo, 7 de novembro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Alcançar...

É difícil acreditar em algo
que não sabemos se vai acontecer,
mas temos que trazer
para nossas possibilidades
a resolução de nossos problemas!


Lívia Sampaio

domingo, 31 de outubro de 2010

Esquecer...

O translúcido do mel dos seus olhos
ao mirar sua íris
O tom da sua voz, aconchegante
sob a chuva
O clima envolvente que transbordara
algo que até hoje não sei explicar o que fora
A partir desta noite, apenas elas
As lembranças subsistirão em nós
Que um dia fomos um
E amanhã seremos eu e você novamente...


Lívia Sampaio

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Inesperança...

Esperar algo inesperado é meio de mim...
Sinto que fazer algo é preciso, entretanto, cadê a força?
Ou seria a vontade? Ou a necessidade?
Uma ligação reativa o inativo,
ou simplesmente o latente...
Inesperadamente esperando cada toque, cada sonho,
mas é necessário voar mais alto do que se imagina...
Calar, ouvir, obedecer...
São verbos dos quais algo me faz fugir.
Por quê? Também me fazem fugir deste porquê!
Quem o faz? Minha alma, doce como calda de chocolate,
indecisa como a água que cai da chuva,
em cima de um muro,
a qual é inesperadamente esperada cair...


Lívia Sampaio

sábado, 16 de outubro de 2010

Um...

Um.
Apenas um dia de cada vez.
É como se fosse um degrau contínuo que se sobe,
até encontrar seu tesouro.
Ou como cada pérola bordada num vestido de noiva.
Ou como cada nome chamado no dia da formatura da faculdade.
Ansiosamente você espera o seu chegar,
o seu ramalhete de rosas que não se sabe ao certo a cor,
mas tem uma infinidade de tons.
Tons que expressam seus sentimentos.
Em se tratando de rosas, são sentimentos especiais.
Seu aroma indica isto.


Então, brindemos.
Um.
Um dia de cada vez.


Lívia Sampaio

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Como se...

É como se você visse o tempo passar e
quisesse viver tudo, pensar em tudo e sentir tudo
ao mesmo tempo...
Isso o faz perder sono, pensamentos,
perder algo para quem recebe você
junto de si...
Mas não consegue fazer deixar de sentir os sonhos...
É um conjunto...
Uma entrega totalmente sem querer...
Vai fluindo... expandindo
dentro de um pequeno recebedor de sonhos...
É no coração...
Como se fosse a primeira vez...
De um amor que se namora no parque,
passeando pela ponte à tarde...
Vendo cisnes enamorados...
Refletindo em si,
a unicidade do outro...
Mais importante que a bela paisagem,
é a ligação... as mãos dadas...


Lívia Sampaio

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Alguém...

Tudo não começou ontem, foi há tempos...
Mas, por que pensar tanto em um alguém
que se encaixa quase perfeitamente
toma todo o seu dia?
É como se você sentisse que sua alma gêmea
andava de mãos dadas com a pessoa errada,
mas hoje está diante de você;
entretanto, há receio de aproximar-se,
pelo que conhece a você mesmo.


Quando falei ontem, que o tempo estava sugestivo,
era meu coração que sentia isso...
Continuo a divagar de forma pensante;
é um querer possuir algo, alguém...
Mas não tomá-lo como posse,
é estar lado a lado.


Abismei com a audácia da brincadeira;
a guardei juntamente com seu olhar.
Foi penetrantemente intenso e surreal...
Sinto uma névoa de egocentrismo...
Me perdoem os céus.
Mas é como se eu desejasse ser
a rainha deste castelo,
o par deste rei.
-Por que?
-Porque simplesmente ele concentra
qualidades que admiro.
-Quanto aos seus defeitos?
-Até os diamantes devem ser lapidados...
...
Vieste simplesmente por precaução?
Se já não há mais amor,
para que as mãos dadas,
braços dados e
beijos roubados?
Livrem-se, libertem-se!
É melhor para ambos, para si...


Lívia Sampaio

domingo, 10 de outubro de 2010

Transições...

Ontem, a mudança nos tons das cores
me trouxe a nostalgia das mudanças
nas fases da minha vida
e de meus amores...


Lívia Sampaio

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Meu...

Queria um mundo onde
eu pudesse escolher
as cores das flores,
colorir cada amanhecer
e fazer cada anoitecer;
seria um rejuvenescer,
a cada ciclo de amores!


Lívia Sampaio

Percepção...

Minha esperança seria que o resultado de uma noite
de entreolhares fosse bem recompensada!


Vejo vazios cheios!
Há vazios,
cheios de vazios!


Há nortes!
Desnorteados entre olhares
entremeados!


Lívia Sampaio

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ainda assim...

Mesmo que não o veja, o sinta,
ou ouça sua voz,
meus sininhos começam a tinir
e lembrar...
Nossa juventude libertária,
nossa liberdade reservada...
Nosso!
O que um(ns) dia(s) foi(ram)!
Ao mesmo tempo, pretéritos:
perfeito e imperfeito!


Lívia Sampaio

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Desculpas...

Minha alma pede à tua...
Não penses que meu sorriso era de inteira felicidade
por mais um fim que se propagou naquela noite...
Mas tinha um toque de apego.
Não posso.
Tenho que estar livre.
É difícil entender; impossível explicar...
Mas o carinho sempre vai aqui estar...
Peço desculpas, ao mesmo tempo sem me culpar...
Mas necessito pedir...
Peço que aceites...
É minha alma que pede...


Lívia Sampaio

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Desceram...

As cortinas dos meus olhos foram cerradas por lágrimas,
nas horas antecedentes à última madrugada...
De súbito, nada houve,
mas acumulada estava
a vontade de sozinha estar
novamente...
Desceram então as lágrimas,
encerrando mais um dia, junto a uma noite...

Lívia Sampaio

domingo, 3 de outubro de 2010

Doses...

Todos os dias sinto necessidade
de uma dose de salto!
Não para estar às alturas,
mas para me sentir em mim!


Lívia Sampaio

sábado, 2 de outubro de 2010

Esvaindo...

Está o efêmero que senti...
É como se eu buscasse portas em mim
que não se abrem
Que na verdade não querem se abrir...
Quando tive o sentimento meio paris,
me vi insólita,
com minhas posses,
minhas conquistas,
meu interior satisfeito...
Sinto desejos, de ir...
Esvair-me de ti, ir..
Embora de ti...


Lívia Sampaio

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Meio Paris...

Sob a luz turva de um reencontro,
com reflexos no espelho
ou um encontro a tornar-se rotineiro,
Vi em um olhar enternecido, após um pedido,
algo que tive saudade, entretanto,
algo que ainda não possuí
Algo que me remeteu a uma vida desejada de ser vivida
Algo meio Paris...
Nisto presenciei paz terna
Mas não entreguei a alma por inteiro

Lívia Sampaio

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Inocência...

Somos ingênuos às vezes, acreditamos em todos,
principalmente nos mais falsos,
aqueles bonitos lobos em pele de ovelha...
Eles podem ter olhos azuis ou verdes...


Lívia Sampaio

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Livre'mente'

Sobrevoando nas dunas do seu corpo
no sabor do seu beijo,
sentada no tapete do seu perfume,
à la Jasmine sigo...


Lívia Sampaio

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Me vi...

No reflexo da minha janela, me vi...
No palpitar do teu peito, me vi...
No encanto do teu beijo, me vi...
Em uma frase sobre nós, me vi...
E tão só, logo me vi...
Te vi no som da chuva que caiu outrora,
e gostaria de tê-lo agora...
Te ouvi no toque a ressoar,
esperando tua voz escutar...
Te vi ontem, quero ver-te hoje, ao sonhar...
Me vi em te ver...


Lívia Sampaio

sábado, 28 de agosto de 2010

A hora...

Quando algo que você gosta acabar ou simplesmente ir embora,
lembre-se que as folhas do outono não caem porque querem
e sim porque é chegada a hora.


Adaptação de MC, 2010.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sempre ali...

É, doce madrugada, enfim...
Que gosto bom...
De fulgor...
Sempre ali...
Um alguém que sempre
me arrancou estimas...
Por seus traços...
Sempre ali...
Esperando meus abraços...
Aqui estou hoje, doce madrugada...
Conceda-me o prazer desta dança...
Para aproximar-me de quem
sempre esteve ali...
Para mim...

Lívia Sampaio

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sonho...

Às vezes posso não saber o que fazer,
mas meu coração é cheio de sonhos.
Choro e tenho saudade do que não tive,
ou tive e foi tão surreal que pareceu
um sonho de verdade.

Lívia Sampaio

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Abstração...

A vejo na estupidez
de uma vida mal vivida.
Na visão, deveria ser tragada.
Mas o egoísmo não
tem vez; não impera.
Perdão oculto peço.
Na turbidez de minha doçura,
o sinto. Perdão.

Lívia Sampaio