terça-feira, 17 de maio de 2011

Página...

Olhos seus não quero mais ver,
sorrisos seus não anseio mais compartilhar.
Foste. Página virada és.
Meu coração sente,
no seu pulsar.
No tinir dos sinos há ilusão.
Nada me faz ver horizonte em nós.
Nossas almas distam uma vida.
Uma vida é verdade.
A mentira é morte.
Não sinto verdade, então não há vida.
Se não há vida, não há flores, nem frutos.
Então não se sobrevive.
A respeito disto, apenas estas palavras,
pois não há mais páginas,
foram viradas.
Apenas badalos há.
Badalos que hoje sinto não ser de sinos reais,
mas ilusórios.
Não quero ilusão, mas amor.
E amor é verdade, o que já não há.
Ao menos o que sinto já não existir.
E algo testifica, mesmo que haja relutância.
Não mintas, minh'alma pede.
Mas isto, apenas por ti,
pois por mim, já perdoei.
Apenas vivo, em verdade.
E tu. Escolhe também.
Amei. Se amei, verdade foi.
Hoje não amo, então não há verdade.
É uma página não mais virada, mas inexistente;
queimou na falta de amor,
ou como queiras, na falta de verdade.
O que um dia foi, extinto está.
Não partilha deste livro
de minha vida.
Assim decidi,
firmado está,
não em páginas,
mas apenas em palavras.
Lidas e guardadas.

Lívia Sampaio

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